SIиӕsTɘsIα

terça-feira, 28 de junho de 2011

Divagar...

Oh, como o pequeno crocodilo
põe a cauda a rebrilhar?!
pois nas águas do Nilo
suas escamas a lavar...

Como parece feliz a sorrir,
nas garras ajeitando
Os peixinhos que acolhe
Para sua boca engolir!...

Com que destreza o crocodilo
Não espadana a cauda
E na água rasa do Nilo
Como ele não se esbalda...

Que graça e destreza é aquela
Como ele é sedutor
E engole os peixes pela goela
Com um sorriso encantador...

sábado, 25 de junho de 2011

Atitude, sempre!

Pensar o impensável,
Desejar o indesejável,
Saciar o insaciável.

Quem me dera o amor,
Quem me dera a dor,
Quem me dera o sabor.

Saber o que já sei,
Saber o que é lei,
Saber como ser rei.

Comer a solidão,
Comer a lentidão,
Comer a razão.

Pensar, quem sabe, comer,
Amar, sem querer, saber,
Deixar, bem, poder crer.

Acabaram-se as rimas!
Limpemos as nossas latrinas!
Os nossos ninhos!
E que vivam os passarinhos,

E a Primavera também
Porque eu sou ninguém
E, como ninguém hei de viver
Mas como alguém hei de morrer.


Poesia escrita por uma aluna minha de 9 anos de idade.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pra não dizer que não falei das flores



Que fossemos falar de aborto, eutanásia ou novela.
Se tem que debater, então vamos verbalizar.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Eu Interior

"Há um êxtase que marca o apogeu da vida; além desse ponto, a vida não pode mais avançar. E é esse o paradoxo da vida, esse êxtase que chega quando se está mais vivo do que nunca, e chega como um completo esquecimento de que se está vivo. Esse êxtase, esse esquecimento da existência, chega ao artista, quando incapaz de se expressar diante de uma página que arde como fogo; chega ao soldado enlouquecido pela guerra, num campo arrasado, recusando a mercê do inimigo.

Estava repetindo o som que vinha das profundezas de sua natureza, de partes de sua natureza que eram mais profundas do que ele, as quais retornavam ao útero do Tempo.

Estava dominado pelo impulso da vida, pela poderosa onda da existência, pelo prazer perfeito, completo, de cada músculo, de cada junta, de cada nervo, de tudo que era contrário à morte, que era ardente e impetuoso, que se expressava por meio do movimento, arremessando-se num vôo exultante sob as estrelas e acima da face da matéria morta e inerte."


domingo, 24 de abril de 2011

quinta-feira, 17 de março de 2011

Um Momento, por favor

É tudo o que nós realmente temos

E que reunimos em nossa coletânea de reminiscências



Porque nenhum momento é repetição, apenas associação.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Humano, demasiado humano

Eu sou humano. Eu sou errado. Eu sou imperfeito.

Porque essa é minha condição. Essa é a minha natureza.

E quanto antes eu aceitar isso, melhor.


Melhor para mim. Melhor para as pessoas à volta. Melhor para o equílibro quântico de tudo que cerca.

Temos noção do que é o ideal. Sabemos projetar uma virtude.

Mas ela existe para que possa ser buscada e, quiçá, atingida.

O ser humano deve evoluir, com certeza.

E principalmente para isso, não pode negar sua essência...essa fatídica condição de seres falíveis e limitados.

Porque é essa condição que vai me levar a conseguir na próxima vez.

A perfeição e a excelência podem ser atingidas e virem a nos integrar um dia,

mas até lá, é preciso perder o medo de errar.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Errando por aí

There is a word
Existe uma palavra

so small and so powerfull
tão pequena e tão poderosa

that we use all of our lives to make sense of the world
e que usamos a nossa vida inteira para dar sentido ao mundo

why is he up there?
por que ele está lá em cima?

why is he down there?
por que ele está lá embaixo?

why is that so big?
por que isso é tão grande

why is that so small?
por que isso é tão pequeno

why are they in such a rush?
por que eles têm tanta pressa

why are they?
por que eles são?

it's such a simple word that unlocks many doors
é uma palavra tão simples que abre tantas portas

everything deserves a why
tudo merece um porquê

the world is a magnificent puzzle
o mundo é um enigma magnífico

it's beautiful and cruel
é belo e cruel

frightening and inspiring
assustador e inspirador

why?
por que?

if we don't ask that
se nós não perguntarmos isso

we'll never find out
nunca descobriremos

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Presença


É outono, escute o grito
De volta a escola, toca o sinal da aula
Sapatos novos, o andar lento
Pule a cerca, livros e canetas
Eu posso dizer que estavamos nos tornando amigos
Eu posso dizer que estavamos nos tornando amigos

Ande comigo, Suzy lee
Pelo parque e em cima da árvore
Nós iremos descansar na grama
E olhar todos os insetos que achamos
E caminhar tranquilamente para a escola sem falar nada
E caminhar tranquilamente para a escola sem falar nada

Bem, aqui estamos, ninguem por perto
Nós andamos até a escola sozinhos
Há sujeira em nossos uniformes
Por caçar formigas e minhocas
Nos limpamos e agora é hora de aprender
Nos limpamos e agora é hora de aprender

Números, letras, aprender a soletrar
Verbos e livros, mostrar e narrar
Na hora do intervalo nós iremos jogar bola
De volta a aula, pelo pátio
A professora marca a nossa altura contra parede
A professora marca a nossa altura contra parede

E nós não notamos o tempo passar
Nós não ligamos pra nada
Nos sentamos lado a lado em todas as aulas
A professora acha que eu falo engraçado
Mas ela gosta do jeito que você canta

À noite eu irei sonhar na minha cama
Enquanto pensamentos bobos passam na minha cabeça
Sobre os insetos e o alfabeto
E amanhã quando acordar irei apostar
Que você e eu ainda iremos passear juntos
Porque eu posso dizer que estavamos nos tornando amigos
Porque eu posso dizer que estavamos nos tornando amigos

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Exclusão social

 
 
Outro da série "A vida escracha a arte, a arte vai lá
e caga na cabeça da vida"

e a vida sempre se encarregando da ironia autobiográfica
 
porque uma jibóia que comeu um elefante não é um chapéu

domingo, 30 de janeiro de 2011

Atalho

Quanto tempo a gente perde na vida?

Se somarmos todos os minutos jogados fora, perdemos anos inteiros.

Sim, depois de nascer, a gente demora pra falar, demora pra caminhar, etc.

E aí mais tarde demora pra entender certas coisas.

Demora, também, para dar o braço a torcer.

Viramos adolescentes (aborrecentes) teimosos e dramáticos.

E levamos um século para aceitar o fim de uma relação.

E outro século para abrir a guarda para um novo amor.

Quando, já adultos, demoramos para dizer a alguém o que sentimos.

Demoramos para perdoar um amigo.

E demoramos para tomar uma decisão.

Até que um dia a gente faz aniversário.

37 ou 41 anos.

Talvez 50 e tal....

Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto.

E só aí a gente descobre que o nosso tempo não pode continuar sendo desperdiçado.

Fazendo uma analogia com o futebol, é como se a gente estivesse com o jogo empatado, no segundo tempo, e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro goleiro.

Ou fazer tabelas desnecessárias.

Quanto esbanjamento.

E esquecemos que não falta muito pro jogo acabar...

Sim, é preciso encontrar logo o caminho do gol.

Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso.

Pois tudo o que a gente quer, depois de uma certa idade, é ir direto ao assunto.

Excetuando-se no sexo, onde a rapidez não é louvada, pra todo o resto é melhor atalhar.

E isso a gente só alcança com alguma vivência e maturidade.

Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando.

Não esperam sentadas, não ficam dando voltas e voltas.

E não necessitam percorrer todos os estágios.

Queimam etapas.

Não desperdiçam mais nada.

Uma pessoa é sempre bruta com você? Não é obrigatório conviver com ela.

O cara está enrolando muito?

Beije-o primeiro e veja se ele, realmente, interessa e transmite algum sentimento.

A resposta do emprego ainda não veio? Procure outro enquanto espera.

Paciência só para o que importa de verdade.

Paciência para ver a tarde cair.

Paciência para degustar um cálice de vinho.

Paciência para a música e para os livros.

Paciência para escutar um amigo.

Paciência para aquilo que vale nossa dedicação.

Pra enrolação, um atalho.

O maior possível!
 Martha Medeiros
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O espelho e os sonhos são coisas semelhantes, é como a imagem do homem diante de si próprio.
Saramago

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Per cursos

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

José Régio

Mil acasos me apontam a direção
Mil acasos me tomam pela mão
 Por acaso, lua em plenação
Acaso? Esse existe não

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Escolhas - por um João Caminhante




A renúncia é a libertação. Não querer é poder.
Fernando Pessoa

domingo, 9 de janeiro de 2011

Olaria Excelsa

Simplesmente porque são inevitáveis as interações que fazemos com o mundo, orgânico ou não,
Elas sempre acrescentam e modificam algo entre as partes, não deixando inerte ou estático os envolvidos.

Mas a qualidade dessa interação faz toda a diferença para o grau de mudança que ela irá desencadear,
E é preciso receptividade àquilo que pode acrescentar algo de novo.

O diferente é um potencial inexplorado.

E a síntese do novo advém do que está estabelecido, que tende a se desenvolver com o diferente.

É a lei de um mundo em evolução há bilhões de anos,

e eu, sou apenas barro...


Você não pode mudar o vento,
mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer.
Confúcio