SIиӕsTɘsIα

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Eu Interior

"Há um êxtase que marca o apogeu da vida; além desse ponto, a vida não pode mais avançar. E é esse o paradoxo da vida, esse êxtase que chega quando se está mais vivo do que nunca, e chega como um completo esquecimento de que se está vivo. Esse êxtase, esse esquecimento da existência, chega ao artista, quando incapaz de se expressar diante de uma página que arde como fogo; chega ao soldado enlouquecido pela guerra, num campo arrasado, recusando a mercê do inimigo.

Estava repetindo o som que vinha das profundezas de sua natureza, de partes de sua natureza que eram mais profundas do que ele, as quais retornavam ao útero do Tempo.

Estava dominado pelo impulso da vida, pela poderosa onda da existência, pelo prazer perfeito, completo, de cada músculo, de cada junta, de cada nervo, de tudo que era contrário à morte, que era ardente e impetuoso, que se expressava por meio do movimento, arremessando-se num vôo exultante sob as estrelas e acima da face da matéria morta e inerte."