Co-operar

Toda a matéria emerge com um propósito.

Uma função específica a ser desempenhada no sistema que se encontra.

Não há desperdício de energia, só permanece aquilo que tem função.

A presença da vida é a energia motor deste ciclo.

O instinto animal, uma espécie de manifestação autômata

Uma expressão química do conhecimento ancestral presente no DNA que,

Armazenado pelas gerações ao longo de milhões de anos,

Mostra qual o caminho que essa energia segue no sistema.

Uma força motriz, que impele sempre a continuar.

Uma energia criadora que, como uma onda, se perpetua ao longo do ciclo.

Sem fim, apenas fluxo, movimento...

Transferência mas também doação.

A consciência surge então como um instrumento para alçar esse sistema à um próximo nível.

Vem, intuitivamente, como um próximo passo na tentativa de otimizar a relação elemento-estrutura.

Torna-nos uma ferramenta autoconsciente, das suas potencialidades e das exigências do meio, e portanto,

Um multiinstrumento capaz de definir qual sua melhor finalidade.

Razão e lógica são meios. Ferramentas que utilizamos para um objetivo.

É no sentimento que reside a finalidade, o propósito.

O que você sente?

Camino

Caminante, son tus huellas
el camino, y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.

Al andar se hace camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.

Caminante, no hay camino,
sino estrelas en la mar.

                            Antonio Machado

Fernando Pessoando

'Nesta vida, em que sou meu sono,
Não sou meu dono,
Quem sou é quem me ignoro e vive
Através desta névoa que sou eu
Todas as vidas que eu outrora tive,
Numa só vida.
Mar sou; baixo marulho ao alto rujo,
Mas minha cor vem do meu alto céu,
E só me encontro quando de mim fujo.'

Janela da Alma

Nossos olhos não vêem a realidade tal qual é.

Eles captam uma determinada amplitude luminosa que é refletida pelo ambiente a nossa volta, nos mostrando exatamente isso: um reflexo. Até as plantas têm uma percepção luminosa mais apurada que a nossa.

Nosso cérebro sim, esse cria as imagens que vemos, baseada nesses reflexos mas alteradas pelas nossas emoções, sentimentos, experiências.

E com essa subjetividade, sucumbimos ao excesso de imagens atual. Elas tudo, e nada, dizem e nos lançam no paradoxo de termos tanto para olhar e acabarmos por nada ver. Saramago chamou a essa doença moderna de 'cegueira branca'. Tanto para ver nos deixa perdido tal qual um cego.

Em um mundo com tantos cantos, e de outros tantos contos, de tantos tamanhos, mas que com seus tantos cantos, gira, e não tem canto nenhum. Muito menos o meu.

Ahora, abra los ojos!

'Os olhos são a janela da alma assim como a boca porta pro coração'

Do que você tem medo?

'Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes.

Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida.

É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta.

Nos perguntamos: "Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?"

Na verdade, quem é você para não ser tudo isso?...Bancar o pequeno não ajuda o mundo.

Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam seguras em torno de você.

E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo.'

Nelson Mandela, 1994